Casamento prematuro é um casamento forçado: vamos chamá-lo do que é - especialistas, ativistas sociais e jovens ativistas se reúnem para criar soluções para acabar com essa prática prejudicial.
“Do momento em que uma rapariga é [forçada a se casar], as suas asas são cortadas e os seus sonhos são contaminados pelo resto da sua vida”, compartilhou Graça Machel, Advogada dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), durante o lançamento nacional do Relatório sobre o Estado da População Mundial 2020 pelo UNFPA em Moçambique.
Moderado por uma apresentadora da rede de TV local - STV, Carmelinda Manhiça, palestrantes e comentaristas convidados pelo UNFPA Moçambique compartilharam as suas ideias e conhecimentos para identificar soluções e conduzir ações coletivas para acabar com o casamento prematuro durante uma mesa redonda virtual a 15 de julho. Uma das principais conclusões foi compartilhada pela Presidente da 3ª Comissão da Assembleia da República, Lúcia Pedro Mafuiane, que enfatizou que, para fazer uma diferença real na luta contra o casamento prematuro, precisamos destacar que é uma violação dos direitos humanos, e devemos chamá-la do que é: não são casamentos, são uniões forçadas.
Hoje, 33,000 raparigas vão ser casadas em todo o mundo; 130 delas serão raparigas em Moçambique. Embora quase universalmente proibido, o casamento prematuro rouba os direitos e o futuro de 12 milhões de raparigas anualmente em todo o mundo. Pesquisas domiciliares (DHS 2011, IMASIDA 2015) descobriram que Moçambique tem uma das maiores taxas de prevalência de casamento prematuro na África e no mundo, com 1 em cada 2 raparigas sendo forçada a casar antes dos 18 anos.